De olho nas negociações comerciais entre Donald Trump e Xi Jinping, os preços da soja em Chicago vem apresentando uma forte alta, tendo em vista as promessas de que a China voltaria a comprar soja norte-americana após a queda das tarifas.
Foi justamente esta forte alta que tornou a soja dos EUA muito cara para que os chineses pudessem demonstrar “um maior interesse efetivo”, ou seja, comprar a soja do Tio Sam de verdade. Como os chineses estão com seus estoques de soja altos, e de olho na safra 26 do Brasil, que promete novamente bater recordes e deixar os preços do grão mais acomodados a partir de março/26, não vemos o apetite chinês que o mercado de soja americano está vislumbrando.
Vejamos os gráficos a seguir:
Em 10/11/24 a soja Chicago estava cotada abaixo de cUS$ 980,00 e hoje está acima de cUS$ 1.140,00/lp. É notável a alta em curso desde a abertura das negociações entre Trump e Xi Jinping em 30/10/25. A Conab estima uma safra de mais de177 milhões de toneladas de soja para a safra 2026, o que deve manter o mercado global de soja com uma grande oferta do produto:
Agora veja os preços dos futuros de soja na China (Bolsa de Dailan, em Yuan por tonelada). Note como os preços futuros mostram queda a partir de março/26 e atingem sua mínima em junho/26:
Entendemos que há uma janela de oportunidade de venda de soja norte-americana para a China no período de dezembro/25 até que a soja brasileira comece a ser exportada, a partir do início de 2026. Obviamente, para isso ocorrer, os preços não podem estar muito altos. A própria China andou comprando soja da Argentina para pressionar o mercado brasileiro, dado que inclusive que o prêmio porto tem se mantido positivo ao longo de 2025, variando entre US$ 1,75 e US$ 1,90/bushel, refletindo forte demanda externa e boa competitividade da soja brasileira (embora prevemos uma queda em 2026 em função da menor atratividade e excesso de oferta no mercado).
Não podemos esquecer que o que está ocorrendo aqui é um processo de negociação, onde os dois lados querem demonstrar poder. Enquanto esta briga estiver ocorrendo, o Brasil continuará sendo o maior exportador de soja para China, com um sorriso no rosto.
Dado o contexto brasileiro, onde a moeda americana está em processo de queda desde dez/24 (esteve acima de R$ 6,20 e atualmente está em cerca de R$ 5,30), os custos com fertilizantes, defensivos, sementes e demais insumos estão bem altos, e a próxima safra de soja baterá recordes, o que podemos recomendar para nossos clientes?
O dólar vai cair? Ou vai subir? E o preço da soja? E o prêmio porto? Basis?
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