Diante das expectativas em torno da retomada da atividade econômica global durante o segundo semestre de 2021, sustentadas pelo avanço da vacinação contra a covid-19 e adoção de estímulos econômicos pelos bancos centrais, o cenário para as commodities sinaliza um novo ciclo de alta semelhante ao que foi observado durante os anos de 2000 a 2010. Este período foi marcado por altas históricas nos preços e na demanda de países emergentes como a China, que na época implantava seu plano acelerado de crescimento e urbanização.
As evidências da existência de um novo período de crescimento podem ser verificadas através das cotações dos preços nos mercados mundiais. Durante o primeiro trimestre de 2021, a cotação do minério de ferro apresentou uma elevação de 88% e o barril do petróleo teve uma alta de 20%.
Segundo dados do Valor Data, os contratos futuros da segunda posição de entrega soja durante este período subiram 8,91%, acumulando valorização de 60,51% em 12 meses. Dados da FarmNews indicam que o preço projetado do milho para o vencimento em setembro de 2021 foi cotado a R$ 91,5 por saca no dia 12 de abril. Em comparação ao valor nominal de setembro de 2020 isto representa uma variação de 52,2% (R$ 60,1 por saca).
Outro indicativo está no fato de que, após a retração por causa da pandemia, o avanço da cobertura vacinal nos países contribui com o crescimento da economia mundial. Projeções já indicam o PIB crescendo em torno de 6%. Tais análises consideram as altas taxas de crescimento econômico apresentadas pelos EUA e a China que, como grandes compradores de commodities, sustentam a demanda global.
Devemos, contudo, observar que este novo ciclo no país asiático vai reunir características diferentes do modelo experimentado há dez anos. Teremos, por exemplo, o foco na agenda ESG (Governança ambienta, Social e Coorporativa).
Em seu 14º plano Quinquenal para o Desenvolvimento Econômico e Social, a China estabeleceu uma mudança ao não estipular metas para o crescimento econômico. No relatório anterior, havia a previsão de um crescimento de 6,5%. Agora, segundo autoridades chinesas, a parte essencial deste novo plano é que a modernização do país esteja atrelada à harmonia entre o homem e a natureza. Por isso, deve adotar medidas para redução da emissão de poluentes com o compromisso de alcançar a neutralidade de carbono até 2060.
Estas projeções não retiram do radar os riscos e a volatilidade das operações do mercado, além da possibilidade de haver uma trajetória de queda nos preços das commodities agrícolas, como já apontam os futuros longos de importantes bolsas internacionais, tais como CBOT (soja e milho) e ICE (algodão e açúcar, além do café, cuja curva de futuros apontando alta).
Por isso, aqui na Damke oferecemos consultoria e treinamento na utilização de instrumentos financeiros para fins de hedge (proteção contra as oscilações no mercado), capacitando e apoiando financeiros, controllers e investidores a gerenciarem melhor os possíveis impactos adversos de tais oscilações (volatilidade) em seus negócios e investimentos.
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Por Berenice Damke e José Carmo
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Fontes:
– Agricultura sustentável pode atrair investidores e fundos chineses ao Brasil – Link
– Ciclo de commodities deve beneficiar novos setores – Link
– Novo boom das commodities traz oportunidades para mercado acionário – Link
– O Farmnews apresenta os dados da exportação de milho em grãos do Brasil – Link
– Preço projetado do milho para setembro de 2021 renova máxima – Link
– Relatório Especial Panorama sobre Commodities – Link